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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Ainda que você não acredite

Pode até ser que papai-noel não exista, que Jesus não tenha nascido em dezembro, e que a Hanuká nada tenha haver com o Natal.
Pode até ser que você não comemore, que você creia diferente, que você se sinta diferente, ou que queira ser diferente.
Pode até ser que você não queira acreditar naquilo que vou dizer.
Eu acredito em você, acredito que você é importante pra alguém, acredito que alguém ama muito você (pode ser que até mesmo eu). E essa pessoa que te ama deseja que você seja muito feliz, não apenas por ser Natal ou final de ano, mas porque te ama. E ela sabe que você também lhe deseja o mesmo.
Comemore, não o Natal, a Hanuká, ou o Ano Novo, mas a família, os amigos, as pessoas, pois são elas que importam. Elas fazem parte de você. De nós.
Beije, abrace, chore, ria, brinque com seus filhos... com seus pais... dê um sorriso, principalmente se isso lhe for difícil, não deixe suas crenças (ou descrenças) separar você de quem importa.
Ame, mais que tudo, ame intensamente, ame as pessoas, ame a vida, ame a sua vida, e não se esqueça:
Você é importante para alguém.

Feliz Natal!


Tito Mendes

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

OUTROS DEUSES

“Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.” (Êxodo 20:2-3)

"Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom."  (Mateus 6 : 24)

Não quero aqui levantar uma discussão teológica a respeito de Deus e os significados desta palavra, mas em princípio precisamos sim entender, ainda que sumariamente, seu significado. Você verá nos dicionários significados diversos, mas resumirei brevemente: chamamos de Deus, uma entidade que consideramos suprema, criadora de todas as coisas, que está muito acima de nosso entendimento, a qual veneramos, adoramos, suplicamos cura, misericórdia, salvação.
Na Bíblia Sagrada, Deus (Elohim) pode ser o Eterno, Supremo criador de tudo, Justo Juiz, Santo, mas também amoroso para com a humanidade. A palavra também pode significar “deuses”, entidades criadas por homens caracterizadas por imagens produzidas por suas mãos simbolizando os poderes da natureza, a fertilidade, entre outras. Por vezes recebendo diversas denominações, “Baal”, “Azerate”, “Dagom” etc.
Fico pensando constantemente neste primeiro mandamento do decálogo, talvez imaginemos que não o quebremos, pois não temos outros deuses. Não penso assim, existem várias maneiras de ter outros “deuses”. É claro que o complemento “diante de mim” tem uma significância importante, significa que, se estamos diante d’Ele, O declaramos como nosso Deus, sendo assim, tem de ser o Único. Se você não crê neste Deus Único, este artigo não se refere a você.
Mas de que forma podemos ter outros deuses? Há duas formas de adorar outro deus, a primeira é descaracterizando o Deus Verdadeiro, o Deus da Bíblia é o que Ele é, não o que eu quero que Ele seja. Quando dizemos que deus é assim, ou assado, adequando a divindade a nosso modo de ser, pensar ou agir, estamos criando um deus particular, como o povo antigo de Israel considerava Baal (Senhor), dando-lhe imagem como lhes convinha e aproximando-o nos seus outeiros ou suas árvores frondosas.
A segunda maneira de ter “outros deuses” é quando substituímos o Eterno por criaturas, pessoas, entidades ou ídolos dando a eles importância divina. Quando fazemos isso? Quando falamos com paixão do nosso time do coração, quando nos aglomeramos, gritamos, choramos e pulamos com empolgação por causa dele. Quando agimos de forma semelhante por causa do cantor ou cantora, quando idolatramos o pregador famoso, ou mesmo o “pastor da minha igreja”.
Quando perdemos horas preciosas em frente a televisão, seja por causa da novela, do seriado da TV, ou mesmo por causa do apresentador do telejornal, praticamente o “dono da verdade” que se forma dentro de nós. Quando nos dedicamos a algo que se torna tão importante em nossas vidas que nos tomam tempos preciosos de comunhão com o Eterno, com sua Palavra, ou até mesmo com nossos parentes, familiares, amigos...
O seu senhor é aquele a quem você serve, a quem você se dedica, por quem você clama, com quem você passa horas preciosas de sua vida, pense bem e avalie como você tem gastado as horas do seu dia? O sermão da montanha tem uma relação extremamente forte com o Decálogo. “Não terás outros deuses diante de Mim” significa exatamente “Não servir a dois senhores porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro”.
Dedique-se ao que realmente importa, abandone tudo aquilo que está roubando o tempo de Deus, do conhecimento da Palavra, da sua família, dos seus estudos, ou até mesmo dos seus amigos, priorize o que realmente importa, pregue o Evangelho com a mesma empolgação com que você falava do seu time de futebol, leia ou ouça a Bíblia com a mesma dedicação com que você assistia a TV, valorize o louvor a Deus, não a música do cantor gospel, aproveite para dar mais atenção aos seus pais, ao seu cônjuge, aos seus filhos, compartilhe boas coisas com seus irmãos e amigos, assim estará fazendo a vontade de Deus, o Eterno.


Tito Mendes

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Uma Denominação Chamada Primeira Igreja Batista?

Outro dia me perguntaram, “você é de que igreja? Da ‘primeira igreja batista’? Como se “primeira igreja batista” fosse uma denominação à parte. Aliás, certa vez mandei fazer uma faixa com os dizeres “igreja batista”, uma bela foto e uma frase promocional, colocamos à frente da igreja, mas tive que tirá-la em poucos dias pois alguns irmãos não gostaram e exigiram a retirada da faixa, pois nós não éramos uma igreja batista, éramos a “primeira igreja batista”. Isso em uma pequena comunidade que, com certeza, jamais caberia uma segunda igreja batista. Talvez, quem sabe, se fundarem uma segunda, se chamará: “segunda primeira igreja batista”.

Aos amigos que não entenderam muito do que falei até aqui esclareço: não existe nenhuma denominação (igreja evangélica) chamada “primeira igreja batista”, existe um movimento chamado “batista” o qual hoje é denominado de “igreja batista”, fundado nos primeiros anos do século XVII pelo pastor John Smith e Thomas Helwis, dissidentes anglicanos (separatistas puritanos) com doutrina e liturgia semelhante aos “anabatistas”.

Há alguns poucos anos nós, os batistas, estávamos tentando recuperar nossa identidade, mas creio que a perda de identidade não é uma particularidade batista, tem sido notório nas igrejas chamadas evangélicas uma berrante perda de identidade bíblica. O evangelho que temos pregado difere em muito ao que foi pregado por Jesus e pelos apóstolos. A humildade, a resignação, o amor e o altruísmo foram palavras de ordem para esses. Hoje o evangelho exalta o pregador, o cantor, a recompensa, a prosperidade, enquanto a Bíblia continua dizendo que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”.

Hoje constroem-se grandes templos, grandes pregadores, grandes slogans. Pastores, pastoras. “levitas”. A oferta pelo conforto e bem estar é grande, principalmente nas grandes igrejas. Igreja... tinha esquecido... Igreja não significa templo. Aliás, o Templo foi demolido e não ficou pedra sobre pedra... Era por causa dele (o Templo) que tinha sacerdotes, levitas, sacrifícios, dízimos... Hoje o sacerdócio é de todos os crentes, “vós sois o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. A Bíblia nos diz que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, ou seja, a habitação de Deus.

No início a igreja (aqueles que creem em Cristo, chamados salvos) reuniam-se nos lares, não construíram templos, dizem que porque eram perseguidos (e eram mesmo). Então Constantino (Imperador Romano), para revitalizar o Império, deu os primeiros passos para oficialização do cristianismo como religião de Roma. Desgraça cristã, pois começou a tomar a forma pagã, com templos suntuosos, sacerdotes, hierarquias... Séculos depois Lutero, Zuinglio e Calvino, entre outros, promovem a Reforma, que não foi completa, não nos afastamos dos templos, dos altares, dos sacrifícios e das ofertas alçadas, e dízimos para sustentar essa forma pagã de igreja. Mas já foi alguma coisa...

Ainda temos tempo, alguma coisa está acontecendo. Grupos nos lares, células, grupos familiares, “crentes sem igreja”, creio que o Espírito Santo está atuando de forma a resgatar a essência do que seja uma igreja de verdade, onde não haja grande ou pequeno, rico nem pobre, onde “todos tenham tudo em comum” e “ninguém tenha falta de nada”. Não se iluda, não pense que todo movimento diferente é herético. Não pense que só aqueles que fazem parte da sua igreja são salvos. Aliás ser membro de igreja não garante salvação a ninguém, Salvos são aqueles alcançados pelo misericórdia e graça Divinas, reconhecedores de sua miséria e condenação por causa do pecado, e da maravilhosa obra de Redenção realizada por Jesus Cristo, que o recebe pela Fé e andam em novidade de vida.

Não os membros da “primeira igreja batista”, ou de outra qualquer...


Tito Mendes

segunda-feira, 25 de março de 2013

O que se aproveita da igreja de hoje


Fico imaginando Jesus, sentado no banco de nossas “igrejas”, assistindo a um culto domingo à noite. Sim, creio que Ele é Deus, onisciente e que verdadeiramente tem presenciado toda a presepada, digo, celebração que tem acontecido em nossos templos. Infelizmente nós é que não nos damos conta de que Ele tudo vê.
O que temos visto em nossas “igrejas”? Shows, danças, apresentações, promoções de grupos de louvor, cantores, conferencistas, pregadores. Um verdadeiro palco onde os astros se apresentam e um público passivo assiste ao espetáculo. Espetáculo este que tem doses de emoção, carisma, sensações diversas, empolgação, entorpecimento, satisfação, uma verdadeira droga entorpecente, lícita e improdutiva.
Aliás, qual o conceito de “igreja” boa? Aquela que é animada, que não dá sono, que empolga o público, que sacode a galera... E pastor bom? Que fala bem, bonito, tem boa aparência, retórica fina, que emociona os ouvintes e conta boas histórias.
E qual o resultado de tudo isto? Chega a segunda-feira e tudo volta ao normal, a maioria das pessoas continuam a viver uma vida sem crescimento espiritual, sem consciência da consequência do pecado, sem noção da justiça de Deus, sem um relacionamento real com Cristo. Além de continuar pagando suas propinas, mentindo, roubando, adulterando...
Lamento muito que a “igreja” de hoje seja, incontestavelmente, tudo isso, e não queremos nos dar conta ao ponto a que chegamos, estamos nós entretidos, entorpecidos, meio que dizendo assim: “mexe nisso não, deixa do jeito que tá, que tá bom...” E Cristo vendo tudo isso (sabe-se lá com que sentimentos...).
O que se aproveita da “igreja” de hoje? Quando o fogo queimar, o que vai sobrar? O alicerce? Que alicerce é esse? O Evangelho? O Novo Testamento? Me desculpem, mas não tenho encontrado essas coisas no Novo Testamento.
Será que é só eu que vejo isso? Só eu que estou inconformado? Será que não temos que mudar? Ou será que estou errado?

Tito Mendes.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Julgar é Bíblico ou não?

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Alguém postou no facebook que julgar é bíblico através de uma foto com os seguintes textos: 1 Coríntios 11. 19; Efésios 5. 11; 1 Coríntios 5. 12; 1 Reis 3. 9; João 7. 24; Levítico 5. 1, destacando as seguintes sentenças, “Decore: julgar é bíblico” e finalizando, “compartilhe com o seu pastor”.

É claro que não concordo com o que a postagem quer indicar, ou insinuar. Mas, antes de mostrar a postura cristã a respeito de julgamento, quero analisar os textos apresentados:
1 Coríntios 11. 19 - “E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.”
Não há o que se comentar neste texto, pois a palavra julgar, ou julgamento não aparece neste texto, Paulo apenas ressalta que o errado aponta o certo, pela divergência, como que pelo contraste, não me aprofundarei nisto pois não é o objetivo, aliás a inserção deste texto, dentro do propósito da postagem foi totalmente sem propósito (é claro que a maioria não lê os textos, apenas as poucas indutivas palavras da foto).
Efésios 5. 11 - “E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as.”
Mais um texto equivocado, aqui Paulo fala das obras da carne em contraposição ao fruto do Espírito (ver Gálatas 5. 17-23). Aqui as obras da carne devem ser reprovadas (conforme o original em grego), ver também Mateus 23. 2.
1 Coríntios 5. 12 - “Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro?”
Como ler este texto sem o contexto? Neste capítulo Paulo orienta a igreja a não ser concorde com o pecador dentro da igreja, não ensina uma postura de julgamento, mas de não-tolerância com o pecado, o versículo 13 trás luz ao assunto: “Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo”. Quem julga os que estão de fora? Exclusão não é julgamento, é disciplina, o julgamento cabe a Deus.
1 Reis 3. 9 – Não entrarei em pormenores por ser um texto do Velho Testamento, não que não tenha validade, mas que se colocado fora do contexto do Nova Dispensação pode ser mal interpretado, mas cabe ressaltar que é a oração de um Rei (Salomão) no início do reinado que pede a Deus capacidade de conduzir (julgar) o Seu povo.
João 7. 24 - “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.”
Mais um texto fora de contexto, Jesus aqui repreende os Fariseus, escribas e doutores da Lei que buscam ocasião para condená-lo, Ver Mateus 23.
Levítico 5. 1 – Sem pormenores, apenas o óbvio, não se compactua com o pecado, nem por omissão, ver Tiago 4. 17.
Afinal! Podemos ou não julgar?
Claro que poderia fechar esta postagem com as Palavras de Cristo em Mateus 7. 1ss, “Não julgueis para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados(...)”, ou ainda com as de Paulo em Romanos 2. 1, “Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo que julgas a outro, pois tu, que julgas fazes o mesmo”(ver versículos seguintes). Estes textos nos mostram que não devemos julgar as pessoas, pois também somos condenáveis, pois somos pecadores e julgar desta forma é pura hipocrisia. Parece ser este o princípio fundamental ensinado por Jesus e que deve ser aprendido e praticado pela igreja.
Decerto que há sim, como gosto de dizer, permissão para se julgar, mas a quem? A si mesmo, veja 1 Coríntios 11. 28 - “Examine-se pois o homem a si mesmo(...)”, e ainda o versículo 31, “Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados”. Creio ser assim, quando formos tentados a julgar o comportamento de alguém, de forma a nos acharmos mais santos, ou superiores, devemos olhar no espelho e olhar para nós mesmos, assim podemos, depois de “tirar a trave do olho”, ajudar aquele que anda em trevas, e apontarmos a luz.
Sendo assim podemos entender que deve haver apenas um tipo de julgamento, a disciplina exercida na igreja (1 Coríntios 5 e 6), exercida no dom maior, o Amor (1 Coríntios 13), lembrando que somos alvos da misericórdia e da Graça de Cristo, podemos ser os disciplinadores ou os disciplinados,(Mateus 5. 23-25 e 18. 15-17).
Finalizo dizendo que julgaremos (verbo no futuro) o mundo e os anjos (1 Coríntios 6. 2-3), portanto exerçamos, mais que julgamento, a misericórdia e o perdão, pois se assim podemos fazer é que compreendemos que somos miseráveis alcançados pela misericórdia e o favor Divino, mesmo sem merecer nada que possa vir de um Deus tão justo, ainda assim nos amou, sem mérito nosso, de forma tão intensa, que deu a Sua vida para nos salvar.

Pastor Tito Mendes