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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O Novo e Vivo Caminho

Há mais de vinte e sete anos tenho andado nos átrios cristãos, com altos e baixos, quedas e reconciliações. Nos últimos anos tenho questionado nossa maneira de ser, nossa prática cristã evangélica, nossa cultura herdada de aproximadamente quinhentos anos. Ainda que nós, os chamados batistas, nos consideremos herdeiros do cristianismo genuíno, originado em Jesus, ou em João Batista (Teoria JJJ, “O Rastro de Sangue”), na verdade somos todos herdeiros de Martinho Lutero e João Calvino.

Zwinglio, Lutero, Calvino e outros que nos trouxeram a Reforma deram um passo colossal em relação à cultura em que viviam, porém não ousaram uma reforma completa, ou melhor, um retorno ao cristianismo genuinamente bíblico, puro e imaculado. O cristianismo congregacional, não hierárquico, ou melhor, centrado em um único Sacerdote, um só Pastor, Jesus Cristo. Onde a igreja não está relacionada a algo feito por mãos humanas, mas a um edifício feito de tijolos vivos, pedras vivas.

Qualquer instituição humana, mesmo que denominada cristã, não pode ser chamada de igreja, pois a Igreja genuína, foi fundada, estabelecida, emancipada pelo Espírito Santo como registrado em Atos dos Apóstolos. Jesus é o seu fundador e o seu Alicerce. Esta Igreja não pode (e nem deve) ser contida nem representada por tijolos e concreto, por estatutos e registros cartoriais. Não é uma igreja de papel nem de projetos humanos. Jesus a aboliu de templos e de instituições e lhe deu vida, vida espiritual e orgânica.

Jesus é o poder desta igreja, a sua igreja, prometeu estar com ela todos os dias, disse a ela “ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar todas as coisas que vos tenho mandado”. Jesus não pôs sobre a igreja nenhuma espécie de muro ou limitação. Não edificou nem ordenou edificação de templos, pois isso conteria e limitaria o poder da igreja, que é o Seu Próprio poder.

Quando o véu se rasgou de alto a baixo deus a qualquer um acesso direto a Deus, pelo sangue de Jesus, nos libertando de sacerdotes humanos, líderes espirituais, pois temos um único Sacerdote sobre a casa de Deus, a igreja, o templo vivo, do qual saltam rios de águas vivas. De outra forma nos deu um sacerdócio universal, pois deu poder a todo aquele que crê acesso direto a Deus, poder sobre os espíritos malignos, poder para fazer discípulos, poder para batizar, como o diácono Felipe, poder que hoje atribuímos a uma única pessoa, o pastor.

Aliás as nossas igrejas são de quem? Do pastor A, do pastor B? Do missionário X, do apóstolo Y? Quando a igreja voltará a ser de Jesus? Quando nós deixaremos de nos cercar dos muros denominacionais? Quando voltaremos a nos olharmos como iguais, sem hierarquias, onde todos podem falar, todos podem edificar, todos podem admoestar, sem títulos, sem primazias? Quando devolveremos a liderança da igreja a Jesus?

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