Sei
que páscoa chegou e com ela mais um feriado. Sei o que esta data
significa para os dias de hoje, nada além do comércio do chocolate,
eu mesmo já gastei alguns reais com ovos e bombons. Mas por trás
deste feriado há um significado maior, a Páscoa, o sacrifício do
cordeiro que morre pelo primogênito dos filhos de Israel e que traz
liberdade ao povo ainda cativo. Páscoa é o sacrifício do cordeiro,
do Cordeiro que foi morto para nos libertar dos pecados (Ap 5.12;
13.8; Mt 1. 21). Talvez hoje alguns religiosos estejam fazendo seus
sacrifícios. Novenas, procissões, abstinências, missas ou cultos.
Será que Deus espera ou necessita dos sacrifícios que temos
oferecido? Será que sabemos o significado de sacrifício?
sacrifício (s.m.)
1
Ação ou efeito de sacrificar(-se).
2
Oferenda de animal, produto de colheita ou de qualquer coisa de
valor, feita a uma divindade para lhe tributar homenagens ou para
reconhecimento do seu poder.
3
A pessoa ou coisa sacrificada.
4
Renúncia ou privação voluntária por motivos morais, religiosos ou
práticos.
5
Privação financeira em benefício de alguém.
Apesar
de carregar um grande significado o sacrifício jamais foi o
fundamento da relação entre Deus e o homem (1 Sm 15.22), obedecer,
ou ter fé (Rm 4.3) sempre foi e será mais importante, veja os
textos a seguir:
"Sacrifício
e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e
expiação pelo pecado não reclamaste." (Salmos 40:6)
"Pois
não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em
holocaustos." (Salmos 51:16)
"Os
sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração
quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus." (Salmos
51:17)
"Guarda
o teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para
ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não
sabem que fazem mal." (Eclesiastes 5:1)
O
religioso faz muitos sacrifícios, priva-se de alimentos, faz jejum,
guarda o sábado, “entrega” o dízimo, mas não ampara o
oprimido, não leva alento ao aflito, não comunica com os santos nas
suas necessidade, não é hospitaleiro. Pensa que pode comprar um
status de fé ou de salvação através dos atos religiosos, através
de uma prática regular, por meio de um farisaísmo moderno,
cultural, que esconde a verdadeira essência da fé e afasta as
pessoas de encontrarem a verdade das Escrituras. "Não me
compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos teus
sacrifícios me satisfizeste, mas me deste trabalho com os teus
pecados, e me cansaste com as tuas iniqüidades." (Isaías
43:24).
Deus
não se agrada de nossos sacrifícios, há um único sacrifício que
o agrada, o de Jesus, o Cordeiro que foi morto, cujo sangue nos
purifica de todos os pecados, cujo sacrifício nos comprou para Deus
e apagou e pagou todas as nossas dívidas. "E adoraram-na todos
os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos
no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do
mundo." (Apocalipse 13 : 8). De maneira nenhuma por nossos
méritos, de modo nenhum por nossas ações, mas por Graça, Efésios
2. 8-10, portanto não devemos nada, não devemos sacrifícios, não
devemos sábados, não devemos dízimos, nada devemos a Deus, pois se
devêssemos, jamais poderíamos pagar.
O
último sacrifício foi feito por Jesus (Hebreus 10:12), e o fez por
nós, claro, ele venceu o sacrifício, ressuscitou, vive! Por isso é
eficaz. Assim como Jesus fez sacrifício por nós, hoje o nosso
sacrifício é vivo, santo e agradável a Deus e qual é o sacrifício
agradável a Deus? Aquele sacrifício que fazemos pelo outro e não
por nós mesmos, é o sacrifício do amor, do perdão, do auxílio,
aquele sacrifício que Tiago chama de “religião pura e imaculada”
(Tg 1.26-27).