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sábado, 10 de março de 2018

Aos meus amigos Pastores


Na nossa língua há palavras que, apesar de sinônimas, têm em seus significados particulares uma complementaridade significante (sem querer ser redundante). Veja o exemplo de “roubar” em relação a “furtar”. Ambos significam apropriar-se de algo que não lhe pertence porém, “roubar” denota o uso da violência, através da coação ou algo parecido. Existem ainda outras palavras que têm um significado próximo ou parecido, como por exemplo, “extorquir” ou “defraudar”, esta última, inclusive, dá uma tonalidade mais suave à ação de “roubar”.
Houve um homem, nos dias do ministério de Jesus nesta terra, chamado Zaqueu, que resolveu abrir as portas de seu coração ao Mestre e entregou-lhe a sua vida. Este homem era Publicano, ou seja, um judeu que, a serviço (assalariado) dos romanos, cobrava impostos ao seu povo e, em sua maioria, o extorquia, cobrando além e guardando para si, claro, sem que os romanos tomassem conhecimento disso, mas que era percebido pelo seu próprio povo, sendo assim, por eles discriminados. Zaqueu então, visto que havia acumulado riquezas, tanto do salário romano, quanto de suas fraudes, faz um compromisso com sua nova Vida: Mas Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: “Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais”. Lucas 19:8 (NVI)
A maioria das nossas versões da Bíblia não traduz “se de alguém extorqui alguma coisa”, mas “se em alguma coisa tenho defraudado alguém”, claro que o significado é o mesmo, mas o peso é diferente, visto que o ponto da Lei Mosáica a que se refere Zaqueu encontra-se a seguir: “Se alguém roubar um boi ou uma ovelha e abatê-lo ou vendê-lo, terá que restituir cinco bois pelo boi e quatro ovelhas pela ovelha.” Êxodo 22:1 (NVI). Zaqueu estava dizendo, não que devolveria o seu salário aos romanos, mas que devolveria o produto de sua extorsão ao seu povo, conforme os ensinamentos da Lei.
Aos meus amigos pastores batistas que tentam me calar, dizendo que tenho que devolver os salários recebidos por cerca de quatro anos e meio, faço as seguintes questões: será que vocês estão dizendo que, quando recebia salários das igrejas que me contrataram para guiá-las, eu as estava espoliando? Ou será que alguns de vocês têm a evidência (ou desconfiança) de que eu furtava dos irmãos ou da instituição algum bem ou valor? Ou será que é assim que vocês se sentem, por isso reagem dessa forma?
Primeiro, não vou me calar, nem me cansar de ensinar o que está escrito na Palavra do Mestre. Segundo, amo vocês e os respeito muito, por isso minhas portas estão abertas para debatermos sempre com as Escrituras abertas, principalmente a Mensagem da Graça libertadora de Jesus Cristo. Terceiro, quando a igreja evangélica compreender e ater-se aos ensinamentos de Jesus ela não fará do dízimo um laço e uma maldição para aquele que deseja o puro leite racional.
Vou continuar afirmando, exigir o dízimo da Igreja de Jesus não é Bíblico, sugiro que sejam honestos em relação a isto e peçam aos seus seguidores uma contribuição não obrigatória para manutenção de suas dependências e pagamento de salário do(s) profissional(is) que os conduz sem lhes aferir maldição aos que não contribuirem.
Assim, os que são da fé são abençoados juntamente com Abraão, homem de fé. Já os que são pela prática da lei estão debaixo de maldição, pois está escrito: "Maldito todo aquele que não persiste em praticar todas as coisas escritas no livro da Lei". É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela lei, pois "o justo viverá pela fé". A lei não é baseada na fé; pelo contrário, "quem praticar estas coisas, por elas viverá". Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: "Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro".
Isso para que em Cristo Jesus a bênção de Abraão chegasse também aos gentios, para que recebêssemos a promessa do Espírito mediante a fé.” Gálatas 3:9-14 (NVI)

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