Na
nossa língua há palavras que, apesar de sinônimas, têm em seus
significados particulares uma complementaridade significante (sem
querer ser redundante). Veja o exemplo de “roubar” em relação a
“furtar”. Ambos significam apropriar-se de algo que não lhe
pertence porém, “roubar” denota o uso da violência, através da
coação ou algo parecido. Existem ainda outras palavras que têm um
significado próximo ou parecido, como por exemplo, “extorquir”
ou “defraudar”, esta última, inclusive, dá uma tonalidade mais
suave à ação de “roubar”.
Houve
um homem, nos dias do ministério de Jesus nesta terra, chamado
Zaqueu, que resolveu abrir as portas de seu coração ao Mestre e
entregou-lhe a sua vida. Este homem era Publicano, ou seja, um judeu
que, a serviço (assalariado) dos romanos, cobrava impostos ao seu
povo e, em sua maioria, o extorquia, cobrando além e guardando para
si, claro, sem que os romanos tomassem conhecimento disso, mas que
era percebido pelo seu próprio povo, sendo assim, por eles
discriminados. Zaqueu então, visto que havia acumulado riquezas,
tanto do salário romano, quanto de suas fraudes, faz um compromisso
com sua nova Vida: Mas Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: “Olha,
Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém
extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais”. Lucas 19:8
(NVI)
A
maioria das nossas versões da Bíblia não traduz “se de alguém
extorqui alguma coisa”, mas “se em alguma coisa tenho defraudado
alguém”, claro que o significado é o mesmo, mas o peso é
diferente, visto que o ponto da Lei Mosáica a que se refere Zaqueu
encontra-se a seguir: “Se alguém roubar um boi ou uma ovelha e
abatê-lo ou vendê-lo, terá que restituir cinco bois pelo boi e
quatro ovelhas pela ovelha.” Êxodo 22:1 (NVI). Zaqueu estava
dizendo, não que devolveria o seu salário aos romanos, mas que
devolveria o produto de sua extorsão ao seu povo, conforme os
ensinamentos da Lei.
Aos
meus amigos pastores batistas que tentam me calar, dizendo que tenho
que devolver os salários recebidos por cerca de quatro anos e meio,
faço as seguintes questões: será que vocês estão dizendo que,
quando recebia salários das igrejas que me contrataram para
guiá-las, eu as estava espoliando? Ou será que alguns de vocês têm
a evidência (ou desconfiança) de que eu furtava dos irmãos ou da
instituição algum bem ou valor? Ou será que é assim que vocês se
sentem, por isso reagem dessa forma?
Primeiro,
não vou me calar, nem me cansar de ensinar o que está escrito na
Palavra do Mestre. Segundo, amo vocês e os respeito muito, por isso
minhas portas estão abertas para debatermos sempre com as Escrituras
abertas, principalmente a Mensagem da Graça libertadora de Jesus
Cristo. Terceiro, quando a igreja evangélica compreender e ater-se
aos ensinamentos de Jesus ela não fará do dízimo um laço e uma
maldição para aquele que deseja o puro leite racional.
Vou
continuar afirmando, exigir o dízimo da Igreja de Jesus não é
Bíblico, sugiro que sejam honestos em relação a isto e peçam aos
seus seguidores uma contribuição não obrigatória para manutenção
de suas dependências e pagamento de salário do(s) profissional(is)
que os conduz sem lhes aferir maldição aos que não contribuirem.
“Assim,
os que são da fé são abençoados juntamente com Abraão, homem de
fé. Já os que são pela prática da lei estão debaixo de maldição,
pois está escrito: "Maldito todo aquele que não persiste em
praticar todas as coisas escritas no livro da Lei". É evidente
que diante de Deus ninguém é justificado pela lei, pois "o
justo viverá pela fé". A lei não é baseada na fé; pelo
contrário, "quem praticar estas coisas, por elas viverá".
Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição
em nosso lugar, pois está escrito: "Maldito todo aquele que for
pendurado num madeiro".
Isso
para que em Cristo Jesus a bênção de Abraão chegasse também aos
gentios, para que recebêssemos a promessa do Espírito mediante a
fé.” Gálatas 3:9-14 (NVI)
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