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domingo, 3 de abril de 2011

Os Bons são Maioria?

Uma grande empresa de bebidas está veiculando uma nova propaganda com o seguinte tema: “Os bons são maioria”. Fiquei intrigado desde a primeira vez que assisti o reclame. Será mesmo que a premissa está correta? Para cada político cassado existem outros tantos respondendo a processos intermináveis, para cada corrupto preso existem outros tantos “se dando bem”, para cada latinha de alumínio(de valor considerável para os sucateiros) reciclada, tantas outras garrafas “pet” boiam dentro e fora de sacolas plásticas nos rios da “Cidade Maravilhora”. Desculpe-me dona Cocacola, mas a premissa está errada.
Conheço inúmeras pessoas que cobiçam belas casas, carros caros, tv's digitais. Penduram-se em dívidas intermináveis em resposta à mídia agressiva que, por conhecer tão bem tal cobiça, a explora metódica e cientificamente em belas propagandas nos intervalos comerciais.
Conheço inúmeras pessoas que contam suas mentirinhas, coisinhas pequenas, “não prejudiciais”, ensinando suas crianças que uma pequena mentira é aceitável. Criando pessoas insinceras, superviciais, que valorizam a aparência sem importar a essência.
Conheço inúmeras esposas que encontram dinheiro no bolso do paletó do marido e ficam quietinhas, “se ele não lembrar não tem problema”, ensinando seus filhos a cometerem pequenos furtos, e chorando mais tarde quando aquela criança inocente é presa por delitos maiores. E pais de família íntegros, que levam do trabalho para casa, canetas, papéis, ou qualquer outra coisa que ninguém dará falta, mas sensuram os grandes desfalcadores, não sabendo que a diferença entre um e outro é muito pouca.
Conheço inúmeras pessoas que se dizem fiéis a seus cônjuges, que dizem que nunca traíram, mas flertam no msn, fornicam no skype e prostituem-se ampla rede mundial. Sem contar que dizem, “uma olhadinha não é problema, beleza é pra ser admirada”, mas quando a morena “cai no papo” começa a fazer hora-extra, e a família fica em segundo plano.
Conheço pessoas que nunca pegaram numa arma, mas que mataram a autoestima de seus filhos, de parentes, ou de qualquer outro ao dizerem: “você é um burro, tapado! Nunca vai ser alguém na vida! Você não é capaz de conseguir este emprego! Você é um imprestável!” Destrruindo vidas que poderiam ser prósperas e produtivas.
Conheço pessoas que magoaram seus pais com sua ingratidão e egoísmo. Que os abandoram na velhice, quando mais precisaram deles, “pois só iam atrapalhar” a vida conjugal ou a criação dos filhos (ensinando a estes como os pais devem ser tratados).
Para ser sincero, em quase tudo o que foi dito, meus dedos tremeram no teclado, pois também caí em alguns destes laços, e sempre me achei uma boa pessoa. Este é o propósito da propaganda, mostrar que todos somos bons, por isso não precisamos de nada mais, nem filosofias complicadas, nenhuma religião também, nem de Deus, apenas de uma garrafa de refrigerante.
Não é verdade que os bons são maioria, o que foi dito acima refere-se à Lei Divina, dos Dez Mandamentos apenas seis que mostram que nossas atitudes não são as melhores. Esta Lei nos mostra uma coisa importante, precisamos de Deus e da Sua Misericórdia, sem a qual não temos como escapar do juízo. Cristo sofreu o juízo por nós na cruz, pagou o preço do nosso pecado e hoje vive e nos oferece a Salvação.
Separe tempo para Ele, não use Seu Nome sem motivo justo, não crie seu próprio deus dizendo “Deus é assim ou assado”, “Deus permite isso ou aquilo”, Deus é o que é, Ele não pode ser definido por você, nem há nada neste mundo que Lhe seja similar. Não O substitua pela prosperidade, pelas paixões, pelos vícios, pelo trabalho ou qualquer outra coisa.
“Ninguém é bom, senão um que é Deus”(Marcos 10. 18), Deus é bom e é tudo que que você precisa.

Pastor Tito.

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