Uma elucubração a respeito dos
falsos profetas
Vivemos em um mundo cheio de
pregadores estilosos e mensagens empolgantes. Essa é a era magna do
discurso e da aparência. Muita gente parece boa, muito discurso
parece certo, mas certamente é bonito. Por isso há necessidade de
se avaliar o que é certo ou não em meio a tantas opções. Será
que tudo que ouvimos é a palavra de Deus? Será que todos estes
pregadores são profetas dignos de audição? Creio que não podemos
dizer que sim. A segunda carta de Pedro nos diz que, assim como houve
falsos profetas, haverá falsos mestres, 1 Pe 2. 1. Como podemos
então distinguir o que é falso do que é verdadeiro?
A Palavra nos diz que devemos provar
os espíritos (1 Jo 4. 1). Para tanto precisamos saber o que é um
profeta. Um profeta é aquele que: é chamado por Deus, 1 Samuel 3.
1; aceita de bom grado, Isaías 6. 8; reconhece suas limitações,
Jeremias 1. 4-9; recebe capacitação plena de Deus, Ezequiel 2.
1-10 e não vive do título de profeta, Amós 7. 14-15; Atos 20. 33.
Precisamos também saber que todos somos sacerdotes, reis e profetas
quando estamos cumprindo os propósitos de Deus, pois o ministério
da fé, nos dias de hoje, é para todos, não é algo exclusivo a
alguns (1 Pe 2. 9-10).
Porque então existem falsos profetas,
por que Deus os permite?
Deus os permite para que, por meio
deles, sejamos provados (Dt 13. 3). Não para que Ele conheça quem é
fiel ou não, pois Deus conhece nossos pensamentos e intenções, mas
para que nós mesmos conheçamos quem somos, se temos maturidade para
discernir o bem, e não somos levados por qualquer vento de doutrina
que aparece. A prova portanto é para nós.
Qual é a sua mensagem?
Os falsos profetas proferem mentiras
(Jr 23. 25-26), Falam de coisas não ditas por Deus, distorcem a
Palavra de Deus, fortalecem a mão dos malfeitores (Jr 23. 14),
incham as almas inconstantes (2 Pe 2. 14), inflamam de desejos
superficiais aqueles que buscam alguma verdade (2 Pe. 2. 18). A
mensagem da moda é prosperidade e saúde, como se a morte e a
pobreza pudessem ser evitadas (Hb 9. 27-28; Mt 6. 19-21).
O que levam as pessoas ao caminho da
falsa profissão religiosa?
O primeiro motivo é a atratividade
(At 20. 30), a busca pela sensação de liderança, a síndrome do
pastoreio: “tenho minhas ovelhas, eu sou pastor, bispo ou
apóstolo”. Outro motivo é a demonstração de poder (Mt 24. 24),
curas, sinais, indumentária, “palavras mágicas”, mantras,
gestos especiais, cumprimentos distintivos com o objetivo de destaque
e de proeminência. E, talvez, o pior de todos, a motivação
financeira (Mq 3. 11; 2 Pe 2. 3), a usura, a cobiça e o amor ao
dinheiro, que é a raiz de todos os males (1 Tm 6. 10), qual de vós,
pastores, que porventura leiam este artigo, já não sofreu em alguma
sessão decidindo o seu salário?
Jesus é o Profeta (Dt 18. 15-18), o
Sacerdote (Hb 7. 21-22), o Rei Eterno, o Messias, o Caminho, e a
Verdade, e a Vida (Jo 14. 6), não há verdade fora dEle, Ele é o
assunto de quem fala a Verdade, as Palavras são dEle, Ele é a
porta, Ele é o que entra pela porta, Ele é o Pastor (Jo 10. 11), o
único Pastor (Ec 12. 11), as ovelhas são dEle, Ele mesmo diz que
“quem não entra pela porta é ladrão e salteador”, é “lobo”
e “mercenário”. O falso profeta é o ladrão e mercenário, quer
arrebatar as ovelhas, mas quem segue o ladrão e mercenário, não é
de Deus, "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as,
e elas me seguem" (Jo 10. 27). Aqueles que dão ouvidos aos
falsos profetas não estão isentos do juízo.