Você
se lembra porque procurou a igreja? Você ou alguém que você ama
estava muito doente, perdeu alguém muito próximo, precisava salvar
o casamento, estava com dificuldades de arrumar emprego ou em grande
dificuldade financeira. Talvez estivesse solitário, em estado
depressivo, precisando de amigos, infeliz no trabalho, ou mesmo
buscando o sentido da vida. Você foi ao local certo, à igreja. Pois
foi lá que lhe ofereceram a cura das enfermidades, a alegria do
espírito, a restauração conjugal, a prosperidade…
E
lá você tem encontrado momentos de alegria de festa, grupos alegres
a cantar e tocar instrumentos, pastores eloquentes a fortalecer o seu
ego, jogando você pra cima, dando propósito e sentido para sua
vida. Lá você tem encontrado oferta de programas diversos,
ministérios específicos, alguns dos quais você pode até ser
líder, algo que fora dela você não teria a menor chance… Você
está bem suprido na sua igreja, farto, saciado. Nada lhe falta.
Tudo
isso significa sucesso espiritual, certo? Não creio. Uma expressão
na Bíblia tem em si o significado de sucesso espiritual, é a
expressão “bem aventurado” que, por vezes, equivocadamente é
traduzido também por “feliz” ou “muito feliz”, mas traz em
si, dos originais, o sentido de “bem sucedido”, que avança na
caminhada, como o exército que avança no campo de batalha. E esta
expressão não tem ligação com aquilo que entendemos de sucesso no
mundo em que vivemos, principalmente nas Palavras de nosso Mestre,
Jesus.
No
Sermão do Monte, Jesus aponta o caminho do sucesso espiritual. Bem
aventurados os pobres de espírito, os que choram, os mansos, os que
tem fome e sede de justiça, os que sofrem perseguição, que são
injuriados e caluniados (Mateus 5. 1-12), e Jesus conclui da seguinte
forma: “Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão
nos céus”, a recompensa nem é aqui, é nos céus. Em outro lugar
Jesus diz assim, “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo,
Eu venci o mundo” (João 16.33), não devemos desanimar com os
problemas e dificuldades pelas quais passamos pois Ele passou pior
por nós, sem contar que alguns de nossos sofrimentos são
consequências de nossos próprios erros.
Então
o que a igreja deveria oferecer? Refúgio. O juízo se aproxima, a
condenação é certa, a igreja deve ser o refúgio. Como a Arca no
dilúvio, a tempestade angustiante bateu por 40 dias, com certeza a
chuva não era música para os ouvidos, o pavor dos animais e, até
mesmo das pessoas que ali estavam não era colírio para os olhos,
mas ali houve refúgio, salvação do Juízo Divino.
A
igreja deveria ser local de choro e lamento, choro pelos nossos entes
queridos que ainda rejeitam a mensagem de salvação, lamento pelos
nossos amigos que desprezam a Palavra de Deus, e por todos os que
ignoram o Juízo, pois ele vem. A igreja deve apontar em apenas duas
direções, ao Deus Justo e Juiz e ao Cristo Amoroso e Redentor. Ao
homem nada mais resta senão morrer, morrer pelos seus pecados
herdando a condenação eterna (Apocalipse 20.12-15), ou morrer para
os seus pecados, herdando assim a Vida Eterna (João 3.16-18, Romanos
6.23).