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sexta-feira, 30 de março de 2018

O Último Sacrifício




Sei que páscoa chegou e com ela mais um feriado. Sei o que esta data significa para os dias de hoje, nada além do comércio do chocolate, eu mesmo já gastei alguns reais com ovos e bombons. Mas por trás deste feriado há um significado maior, a Páscoa, o sacrifício do cordeiro que morre pelo primogênito dos filhos de Israel e que traz liberdade ao povo ainda cativo. Páscoa é o sacrifício do cordeiro, do Cordeiro que foi morto para nos libertar dos pecados (Ap 5.12; 13.8; Mt 1. 21). Talvez hoje alguns religiosos estejam fazendo seus sacrifícios. Novenas, procissões, abstinências, missas ou cultos. Será que Deus espera ou necessita dos sacrifícios que temos oferecido? Será que sabemos o significado de sacrifício?
sacrifício (s.m.)
1 Ação ou efeito de sacrificar(-se).
2 Oferenda de animal, produto de colheita ou de qualquer coisa de valor, feita a uma divindade para lhe tributar homenagens ou para reconhecimento do seu poder.
3 A pessoa ou coisa sacrificada.
4 Renúncia ou privação voluntária por motivos morais, religiosos ou práticos.
5 Privação financeira em benefício de alguém.
Apesar de carregar um grande significado o sacrifício jamais foi o fundamento da relação entre Deus e o homem (1 Sm 15.22), obedecer, ou ter fé (Rm 4.3) sempre foi e será mais importante, veja os textos a seguir:
"Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste." (Salmos 40:6)
"Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos." (Salmos 51:16)
"Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus." (Salmos 51:17)
"Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal." (Eclesiastes 5:1)
O religioso faz muitos sacrifícios, priva-se de alimentos, faz jejum, guarda o sábado, “entrega” o dízimo, mas não ampara o oprimido, não leva alento ao aflito, não comunica com os santos nas suas necessidade, não é hospitaleiro. Pensa que pode comprar um status de fé ou de salvação através dos atos religiosos, através de uma prática regular, por meio de um farisaísmo moderno, cultural, que esconde a verdadeira essência da fé e afasta as pessoas de encontrarem a verdade das Escrituras. "Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me satisfizeste, mas me deste trabalho com os teus pecados, e me cansaste com as tuas iniqüidades." (Isaías 43:24).
Deus não se agrada de nossos sacrifícios, há um único sacrifício que o agrada, o de Jesus, o Cordeiro que foi morto, cujo sangue nos purifica de todos os pecados, cujo sacrifício nos comprou para Deus e apagou e pagou todas as nossas dívidas. "E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo." (Apocalipse 13 : 8). De maneira nenhuma por nossos méritos, de modo nenhum por nossas ações, mas por Graça, Efésios 2. 8-10, portanto não devemos nada, não devemos sacrifícios, não devemos sábados, não devemos dízimos, nada devemos a Deus, pois se devêssemos, jamais poderíamos pagar.
O último sacrifício foi feito por Jesus (Hebreus 10:12), e o fez por nós, claro, ele venceu o sacrifício, ressuscitou, vive! Por isso é eficaz. Assim como Jesus fez sacrifício por nós, hoje o nosso sacrifício é vivo, santo e agradável a Deus e qual é o sacrifício agradável a Deus? Aquele sacrifício que fazemos pelo outro e não por nós mesmos, é o sacrifício do amor, do perdão, do auxílio, aquele sacrifício que Tiago chama de “religião pura e imaculada” (Tg 1.26-27).

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