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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Vacine-se

Tivemos apenas três meses para apertarmos as mãos, para nos abraçar, ou para beijar o rosto, daqueles a quem cumprimentamos, aqueles a quem nos despedimos, daqueles a quem acabamos de conhecer. Gestos simples e despretensiosos que talvez, alguns de nós, nem déssemos tanta importância assim. Mas que há nove meses foi-nos tirado, tão de repente, que ficamos chocados, meio que desfilhados do toque, tão comum, principalmente ao carioca.

Não quero discorrer aqui sobre teorias de conspiração, de dominação, ou de qualquer outro tipo. Nem mesmo do sentimento de vazio que se tornou o ano de 2020, onde nossos filhos perderam a oportunidade de fazer novos amigos na escola, nas praças de alimentação, nos cinemas. Quero pensar que, apesar das perdas de alguns entes queridos, perdas de empregos, de oportunidades, ainda assim houve um pouco de luz, de amadurecimento da alma neste ano sombrio.

E, se eu escrevo, se você lê, é porque ainda temos o que agradecer. É certo que sofremos, mas vencemos, alguns venceram as dificuldades financeiras, outros venceram a doença, alguns superaram as adversidades do caótico 2020, outros ainda estão superando, mas estão vencendo, estão crescendo.

Você cresceu em 2020, eu também, por isso convido você a pensar em 2021, não como 365 dias de expectativas e esperança, mas esperar o próximo dia com muita esperança e vontade de vivê-lo intensamente, não perca nem um único dia que tiver oportunidade de viver, comece já, não espere o romper do ano, não espere os fogos e rojões, pois se pensar bem, cada dia que vivemos é o início de um novo ano, por isso espere, lute, conquiste, alegre-se, ria, chore quando for preciso, vacine-se…

Vacine-se contra a falta de fé, contra o mal humor, contra a desesperança, e contra essa doença logo que for possível, para que então você volta a apertar as mãos, a abraçar e a beijar, a sair sem medo. Aproveite também as festas de final de ano para refletir no Criador, no seu Filho Jesus, que deu Sua vida para remir os que Nele creem.

Boas Festas, Feliz Natal e um 2021 repleto de Paz.

 

São meus sinceros votos.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Porque eu não me reúno na Igreja

 Reunião da Igreja, Reunião na Igreja, Reunião em Igreja. Reunião, Igreja.

Em seu sentido original “ekklesia” em si mesmo significa “reunião”, “assembleia”. Era termo usado na democracia ateniense, significando uma convocação aos cidadãos para, saindo de suas casas, reunirem-se na praça (ágora) e deliberar sobre assuntos da cidade (pólis).

O termo foi apropriado pelos escritores Neo-Testamentários para significar a reunião do povo de Deus, os primeiros cristãos convertidos reunindo-se eram assim chamados “igreja”.

O povo reunido é igreja, ainda em seus primórdios os primeiros cristãos chegaram a reunir-se no Templo de Jerusalém, porém com a perseguição inicial provavelmente abandonaram essa prática.

Seja no Cenáculo, na casa de Áquila e Priscila (Rm 16. 3-5), na casa de Ninfa (Cl 4. 15), na casa de Filemon (Fm 1. 1-2), numa praça pública, à sombra de uma árvore, dois ou três, ou cinquenta, desde que cada um possa deliberar, cooperar e compartilhar, exercendo assim o sacerdócio universal, isso é igreja.

A igreja não se reúne, a igreja é a reunião. A igreja não se reúne no templo, aliás Templo (o Templo de Jerusalém, é o único e verdadeiro templo outorgado pelas Escrituras e que não existe mais) de Deus e Casa de Deus é o povo de Deus, não nenhuma estrutura seja de pedra ou alvenaria, ou de qualquer outro material.

A igreja do Novo Testamento não é local de show, de apresentações teatrais ou circenses, de espetáculos pessoais, de exibição de talentos, ou de exibição de boas retórica e oratória, não é local para se exaltar o indivíduo, mas unicamente a Deus.

Só o povo de Deus reunido é igreja, e só é igreja quando a participação e colaboração é franqueada a todos, conforme os ensinamentos do Novo Testamento, a igreja é o local exato para cada crente exercer seus dons espirituais e edificar o outro irmão, consolá-lo, ampará-lo e comissioná-lo em suas missões de auxílio e pregação do Evangelho.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Erro de Concordância

 

Quando estávamos aprendendo a falar, enquanto falávamos com papai e mamãe tudo era bonitinho. Até uma palavra feia que saia da boca de um bebê é motivo de aplausos. Mas logo começamos a nos comunicar com os outros, a escrever o que está em nossos corações. Então começamos a errar, alguns por dislexia, que o diga o Cebolinha, outros pelas complicações da gramática, porque foram inventar o cê cedilha? E porque o xis tem tanto som diferente? Um esse dois esses... Ainda tem essa tal de conjugação verbal, é tempo, é modo... Primeira conjugação, segunda, anômalos, defectivos...

Então, quando pensamos dominar minimamente estas coisas nos apresentam os erros de concordância. Veja por exemplo o texto a seguir: "Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus."  (Mateus 18 : 19). O editor de texto me diz que “concordarem” não é a forma correta e me sugere “concordardes”, concordando o verbo com o pronome “vós”, quando na verdade este concorda com o numeral “dois” que é o núcleo do sujeito.

Agora me diz uma coisa, quando é que dois concordarão na terra num mesmo ambiente social ou em um mesmo grupo, ainda que religioso? Cada ser humano é único, um complexo conjunto de erros, vícios e defeitos e que se julga justo, correto e centro do Universo. Como os polos idênticos de barras magnéticas, auto repelentes, sem possibilidade de coesão.

Sem fazer parecer que o texto citado seja genérico, o que não é, a continuidade deste (versículo 19) apresenta o ponto de coesão, "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu Nome, aí estou Eu no meio deles."  (Mateus 18 : 20 – grifo meu). Só com Jesus no meio, haverá a composição da concordância, direção e unidade de pensamento, mas, infelizmente, isso não se dá de forma automática, imediata. Existe um caminho a ser percorrido por cada indivíduo.

Os primeiros passos devem trilhar a estrada do “reconhecimento”. “Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado.” (Salmo 32 : 3-5).

Precisamos reconhecer que o principal problema da falta de concordância está em nós mesmos, seja em reconhecer os nossos erros mais bem escondidos, ou daqueles que projetamos nas outras pessoas, mas que são efetivamente reflexos dos nossos, e até mesmo aqueles que são mais evidentes, pelos quais damos como desculpa que “Deus me aceita do jeito que eu sou”.

Em seguida deve-se pisar a vereda da “resignação”. "Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;" (Mateus 16 : 24). Cabendo então a busca de uma nova maneira de viver, renunciando as velhas práticas, os velhos princípios.  Deixando de dar importância às antigas futilidades, despindo-se do mal que nos dominava (leia Colossenses 3 : 5-6).

Por fim deve-se seguir o caminho da “substituição”. "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim."  (Gálatas 2 : 20). Nossos objetivos, nossas metas, nossos propósitos não importam mais. Cristo morreu para que nossos erros morressem com Ele. Ele também ressuscitou, para que Ele viva em nós.

A nossa vida não é mais nossa, “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.” (Colossenses 3 : 1-3). A nossa vida é dEle, é do nosso próximo (leia Mateus 22 : 34-40).

Se a Ele pertencemos, com Ele concordaremos e também com aqueles que, em Seu Nome, estão conosco reunidos. Assim concordaremos em amar, em perdoar, em ajudar o necessitado e em servir a Jesus. Então, no fim dos tempos, ouviremos dEle: "(...) Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;"  (Mateus 25 : 34).

Caso contrário você será um simples erro de concordância.

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Como me Tornei um Herege

 Antes de mais nada quero lembrar que o Mestre Jesus foi chamado de comilão e beberrão, e até de endemoniado. E quem assim O chamava eram os religiosos mais nobres contemporâneos do Senhor. Eu também fui religioso, também censurei aqueles que pensavam diferente de mim.

Mas o que significa Heresia? Biblicamente falando, significa discordância, divisão, tomar partido diferente. Já nos dias de hoje heresia é algo mais sério, significa uma doutrina adversa, avessa à doutrina Cristã. Este termo é relacionado a textos como 2 Pedro 2.18; 1 Timóteo 1.19-20; 2.17-18. Em 2 Pedro 2.1 Pedro faz uma distinção e chama de “heresias de perdição” o que nos dá a entender que nem toda “heresia” (divisão, discordância) era de perdição.


(A Forquilha do Herege. Fonte: http://www.museudainquisicao.org.br/acervo/forquilha-do-herege/)

Não, eu não criei nenhuma nova doutrina ou doutrina estranha ao Evangelho. Porém há aqueles que tem me visto como um herege por discordar de alguns ensinamentos comuns à cultura cristã dos dias atuais. Evitam-me claramente como se eu fosse Himeneu ou Diótrefes, quero portanto aqui discorrer como me tornei um herege para estes.

Primeiro – Abri mão do ministério. O ministério da cultura cristã atual consiste em títulos e autoridade. O ministro é um ente superior, altamente dotado e capacitado que, quando em exercício se põe em pedestal ou altar para que se notifique sua evidência sobre os demais. Tem que ser mais santo, mais perfeito, tem que ser impecável, trajar-se de forma característica. Jesus disse que somos todos iguais e só a um devemos chamar de Rabi, Pai ou Mestre (Mateus 23.8-12).

De forma alguma abrirei mão daquilo que Deus preparou para mim, sei que sou chamado, como são todos os servos de Cristo, pois Ele nos dá dons para que possamos exercer o real ministério, como serviçais, como escravos mesmo de Cristo e de sua obra.

Segundo – Parei de dar o dízimo. As Escrituras Cristãs (Novo Testamento) em nenhum lugar ensina a prática do dízimo moderno. Nenhum apóstolo fez menção de uma prática de contribuição regular. Contribuições foram dadas voluntariamente para amparo de pobres, órfãos e viúvas. Em algumas situações foram solicitadas contribuições para os pobres, porém ninguém foi constrangido a contribuir (2 Coríntios 9.7).

O dízimo hebreu tinha como objetivo fornecer víveres e sustento àqueles que não podiam possuir terra para plantar e colher e tinham ofício exclusivo do Tabernáculo e posteriormente do Templo, este era ofertado com as primícias das colheitas e dos animais, caso a família tivesse que viajar muito para chegar ao local da oferta (Templo/Tabernáculo) ela vendia o dízimo, tomava o dinheiro na mão e, quando chegasse, comprava víveres e bebidas conforme desejasse o seu coração e então ofertava, aliás o ofertante comia o dízimo junto com o sacerdote e o levita.

Caso não pudesse ir ao local de culto, o dízimo era compartilhado com o levita, com o pobre, com o órfão, com a viúva e com o necessitado (Deuteronômio 14.22-29).

Terceiro – Parei de ir à igreja. Sim, parei de ir a igreja porque esta não é a casa de Deus, como entendem a maioria dos cristãos. No passado, o Templo (de Jerusalém) era o local considerado como santo, onde habitava a presença de Deus. Cristo inaugurou um novo Templo, Deus agora habita em nós, Paulo ensina que é o nosso corpo o Santuário do Espírito Santo (1 Coríntios 6.19), nós os que compartilhamos da Fé em Jesus, somos a Casa de Deus, não precisamos de um local santo, a Igreja do Senhor não pode ser limitadas por paredes.

Aliás a Igreja não necessita de uma denominação, Ela é o Corpo de Cristo, a Noiva do Senhor Jesus. Igreja somos nós quando reunidos em Nome dEle, exercemos nossos dons e edificamos uns aos outros, praticamos o amor fraternal, comemos juntos e cuidamos uns dos outros e, unidos em Cristo, pregamos o Evangelho da Salvação a todos os que necessitam ouvi-lo.

Foi assim que me tornei um herege aos olhos dos doutores da Fé. Da mesma maneira que Jesus ao contrariar os Escribas e Fariseus, da mesma maneira que Paulo ao confrontar os mestres das Sinagogas, aos líderes Judeus e até a Corte Romana. Desta maneira "Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Filipenses 3.14).

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Deus de perto ou Deus de longe

 

Meu pai tinha um crucifixo. Acho que de prata, bem pequeno. Certa vez ele me mostrou aquele crucifixo e disse: “este é Deus, ele criou todas as coisas”. Eu devia ter entre seis e sete anos, mas nunca me esqueci daquilo. Não ousava retrucar meu pai a respeito, mas lembro que muitas vezes em minha vida pensei que era impossível que aquele pedaço de metal, tão pequeno, pudesse fazer tanta coisa.

Hoje sinto que meu pai queria acreditar naquilo, pois a cultura em que viveu assim acreditava. Era uma forma de ter Deus à mão. O homem sempre quis ter Deus à sua mão, pois Este sempre o pareceu muito distante. Deus está nos céus, nas alturas, no trono Divino. Sua justiça e santidade sempre pareceu a este inalcançável, por isso porque não trazê-lo para mais perto?

Quando alguém pediu uma definição Ele disse: “Eu Sou o que Sou”. Difícil tentar explicar o “Eu Sou”. Mais ainda, difícil entender. Por que não encontrar outras maneiras de defini-lO, ou melhor, de trazer a ideia de Deus ao nível humano. Por isso que o israelita antigo adotou “Baal”. Baal que dizer “Senhor”, em princípio entidade humana superior, revestida de autoridade mas acessível.

Então eles puderam definir Baal, dar forma, esculpi-lo com as próprias mãos, determinar sua autoridade, seu poder. Estabelecer suas oferendas, o que ele aceita ou rejeita, o que ele gosta ou não gosta. Baal é maleável como o barro moldado pelo oleiro. Então deus torna-se uma criatura moldada pelo homem e assim o homem trás Deus pra perto de si.

Este tipo de deus é bem interessante, pois ele se parece muito com o homem, pois por ele foi feito, à sua imagem e semelhança, veja os deuses do Olimpo, beberrões, difamadores, traiçoeiros, adúlteros, fornicadores, sedentos por poder, mais humanos impossível.

Mas esta não é a única maneira que o homem trata do assunto Divindade. Há aqueles que colocam Deus em um altar tão elevado que é quase impossível de alcançar. Quase é a palavra-chave, pois se o homem alcançar um nível de santidade, de sabedoria, de conhecimento, de prática religiosa, poderá experimentar um estado de proximidade, até mesmo de representatividade.

Estes conclamam a práticas, ao exercício, à frequência, à membresia, à instituição do refúgio religioso, construindo apriscos denominacionais, onde as pessoas sentem-se resguardadas, mais próximas do deus distante. Elevadas ao nível Divino.

Ledo engano, o homem não tem em si mesmo a mínima capacidade de se aproximar de Deus. Segundo as Escrituras o homem está “destituído da Glória de Deus”. Confeccionar um deus substituto não resolve o problema, nem se refugiar em práticas religiosas. Ainda que seja desesperador, não temos como alterar o caminho que a distância de Deus traça pra nós.

Por esta razão Jesus veio até nós, se Ele não tivesse vindo ainda estaríamos sem direção, andando no escuro com bússola quebrada num céu sem estrelas. Foi Ele que se aproximou de nós, “Ele veio buscar e salvar o que se havia perdido”. Por amor, por Graça e por Misericórdia, Ele resolveu salvar os Seus, aqueles que “ouvem a sua voz” e que O seguem, resgatados pela Fé que é dada por Ele.

Não adianta moldar Deus para Ele se adequar a você, nem tentar viver uma vida tão santa achando que vai alcançar o Divino. O que adianta mesmo é estar com ouvido e coração abertos para, quando Ele te chamar, você possa prontamente dizer - “Eis-me aqui”. Todas as outras coisas deixa por conta dEle.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

CAMINHO NOVO

CAMINHO NOVO (II Coríntios 5.17)


As coisa velhas se foram

Pelas novas que chegaram

E pertenço a um outro povo,

Onde encontrei meu Caminho

Não mais perdido em espinhos

Eis que tudo se fez novo.


Já não vivo em meus pecados

Que foram por Deus perdoados,

De meus desejos desisto.

Minha vida é a aventura

De uma nova criatura

Pois agora estou em Cristo.


Almejo viver em meu Deus

Seguindo os limites seus

Que ao meu ser se revelaram

Por meio da Sua Luz

E em Sua morte lá na Cruz

As coisas velhas passaram.


Também podes conhecer

Este dom que dá poder

E à nova Esperança conduz

Quando buscares sem par

De fato vais encontrar

Caminho novo em Jesus.


Tito – 12/10/1999

quinta-feira, 4 de junho de 2020

O NOVO NORMAL...

BZZZZ... BZZZZ... BZZZZ

- Alô? Pedrinho?

- Alô, João, tudo bem?

- Tudo. O que manda cumpadi.

- Nada. Tô encucado com uma coisa mano.

- Fala aí.

- Tava vendo um vídeo no Youtube daquele cara que compartilhei outro dia...

- Lembro.

- Ele tava falando de uma tal de globalização.

- Ô João, se tem a ver com a rede Globo...

- Não! Pedro, não. É a globalização, um negócio que os cara vão dominar tudo.

- Mas já domina mesmo, eles controlam tudo, é CPF, é compra com cartão, o Governo sabe tudo o que a gente faz.

- Não cara! Globalização é mais que isso, é governo mundial...

- Tem a ver com aquele cara com chapéu de caubói?

- Não, nada de igreja não. Os cara agora querem dominar as pessoas no mundo todo. Esse negócio de pandemia é isso.

- Isso o quê?

- Eles falam que a gente não pode sair de casa, e a gente não sai, eles falam que a gente tem que comprar álcool gel e a gente compra, eles falam que a gente tem que usar máscara e a gente usa.

- Não tô entendendo...

- Agora eles tão dizendo que a gente não vai poder ser como era antes, vai ter que ser diferente.

- Como?

- É esse tal de novo normal, cara! Tem que ser do jeito deles. E olha que sem ditadura nem nada. Meu pai falava como era na ditadura, mas era ditadura, agora a gente vai viver na ditadura mas como se não fosse. O cara disse no vídeo que isso é um teste de dominação mundial. A gente faz tudo que eles mandam sem reclamar e...

- E...

- E quando a gente ver, acabou a liberdade, diz que eles já estão preparando pra isso há muito tempo, tudo agora é controlado, como você falou, sem contar que eles vigiam a gente pela televisão, pelo celular...

- Ah! João. Bobeira... Isso é a teoria da conspiração...

- Teoria do quê?!

- Teoria da conspiração. É que tem gente que procura chifre em cabeça de cavalo. Esse pessoal da teoria da conspiração diz que a Terra é plana, que o homem não foi à Lua...

- Mas você acha que foi?

- Claro! Olha só. Tudo o que podemos fazer hoje, a internet, tanta coisa. Isso é tudo bobeira.

- Sei não... Mas... e se for verdade?!!

MUUUUU!!! MUUUUU!!!

- Que é isso, João.

- Nada não Pedrinho, é os boi do seu Chico passando aqui na frente.